A Lupa é uma marca de produtos para a casa que associa Design e Ilustração à mestria da produção nacional.
Do Porto para o mundo, a primeira colecção oferece uma seleção de peças, cuidadosamente produzidas à mão. A proximidade é aliás, o mote da marca – tudo é criado “à lupa”.
Falámos com a Maria Helena, a criadora da Lupa, para conhecer melhor este projeto. Vamos contar-vos tudo! 🙂
Entrevista
Como nasceu a ideia e o projeto Lupa?
A minha formação base é Design de Comunicação mas cedo a minha experiência profissional cresceu para áreas tangenciais e para diferentes suportes, seja têxteis ou cerâmicas. Percebi que gosto muito de trabalhar de forma transversal e experimental e como tal, fui misturando ilustração, design gráfico, design de produto, interiores, dependendo do projeto.
Fui percebendo que os espaços que habitamos e o seu conforto são fundamentais para o nosso bem-estar, seja visual, tátil ou mesmo emocional. Os objetos que usamos ou as imagens que nos rodeiam desempenham papéis importantes, muitas vezes despercebidos. Com a Lupa, procuro trabalhar a pensar neste mote e criar peças únicas que promovam este conforto a todos os níveis.
Porque é que se chama Lupa?
Porque a proximidade é o “modus operandi”. Desde o desenho, feito ponto a ponto, à escolha e desenvolvimento minucioso dos materiais, à forma como algumas das peças são produzidas – literalmente à lupa. Gostamos de estar próximos das pessoas, sejam clientes, sejam as pessoas com quem trabalhamos e as nossas peças são sempre um reflexo desse processo.
Se espreitarmos pela “Lupa”, quem vamos encontrar?
Uma pequena rede de pessoas que começa comigo e com o meu marido João Bento Soares. É um negócio familiar, portanto. Para já, todas as tarefas inerentes ao negócio passam por nós, da criação, à produção, comunicação, etc.
A concepção desta primeira coleção envolveu várias pessoas. Quem são elas?
Sim, trabalhámos com Saber Fazer / Ofício – Alice Bernardo e Miguel Barbôt, com os quais desenvolvemos a forma como iríamos criar a primeira coleção, a escala e o tipo de negócio que iríamos desenvolver. Para a coleção, houve uma enorme investigação sobre as matérias-primas e fornecedores – desde as empresas portuguesas, ao comércio local até à Serra da Estrela, onde é desenvolvida a nossa lã merino. Para o desenvolvimento de amostras e produção procurámos ateliers e pessoas especialistas, que nos fossem próximos, no Porto.
Tudo isto aconteceu enquanto trabalhávamos no desenvolvimento da Lupa como negócio e marca, na 1ª edição da Escola de Startups da UPTEC, onde contámos com a rede de vários consultores e em especial com o apoio da Fátima São Simão.
As tuas peças são produzidas de forma manual. Como?
Sim, e começa mesmo pelas matérias-primas. A lã que usamos para tricotar foi desenvolvida especialmente para a Lupa. O fio é totalmente processado, fiado e tingido em Portugal, a partir de lã merino.
Para se produzir uma almofada, é feito um desenho em quadriculado onde cada quadrado corresponde a um ponto de malha. Desenhar para tricôt implica o desenvolvimento de várias amostras, porque o fio de lã, depois de tricotado é transformado numa matéria “elástica”, onde, dependendo do tipo e espessura da malha, se obtêm resultados diferentes. Há que calcular como é que o desenho irá ser reproduzido, para que se mantenha a ideia inicial. As peças são produzidas em máquinas de tricôt manuais, em técnicas como intarsia ou jaquard. Algumas peças são posteriormente bordadas em lã à mão, assim como todos os acabamentos. É um processo bastante artesanal, minucioso e único, e como tal, cada peça é especial.
A Lupa é desenvolvida no Porto para o Mundo. Como é trabalhar e viver na cidade do Porto?
É a nossa cidade de eleição, estamos perto de tudo e temos os recursos que precisamos. É uma cidade inspiradora em vários aspectos mas o que nos inspira em especial são as pessoas – elas são a essência de um local.
Quais são os teus projetos para o futuro?
Alargar a gama da coleção, com peças de cerâmica por exemplo, seria fantástico.
A Maria Helena... Num Minuto
Não saio de casa sem… música.
Quando vou de férias não me esqueço de…renovar o olhar.
A minha altura preferida do ano é… o início do Outono.
Perco a cabeça com… chocolate.
A minha viagem de sonho é… Nepal.
Três ilustradores(as) favoritos… Edward gorey, Christoph Niemann, Bruno Munari
O dia perfeito no Porto é… repleto de folhas vermelhas pelo ar, melancólico mas ainda quente, é perto do rio da ribeira à foz, é misturar os jardins, as praças, os cafés, tascos e restaurantes, em passeios, encontros, boas conversas e boa comida.
Design e direcção criativa são os ossos do ofício da Maria Helena. Desenho e ilustração as paixões. Co-fundadora do estúdio Two Dot Two e mais tarde da marca Lupa. Explora várias áreas, cruzando conhecimento e criando de forma multidisciplinar. Trabalha também em ilustração / arte visual, onde a folha em branco é o lugar de eleição onde tudo é possível.
GIVEAWAY LUPA
Em conjunto com a Lupa, a Lusa Mater tem dois prémios para oferecer.
1º Prémio: Almofada serigrafada Dans la Lune
2º Prémio: Almofada serigrafada Wind [Redonda]